segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Casamentos à Indiana

Com mais de 1 bilião de pessoas e 28 estados com línguas, culturas e religiões muito variadas, a Índia é em si um sinónimo de diversidade. Viajando um pouco pelo país é fácil perceber que esta diversidade está presente até nos mais pequenos aspectos da vida diária, com o tipo de alimentação ou as roupas, e obviamente também se reflecte nas cerimónias mais importantes, como os casamentos. 
Quando viemos para a Índia, tinhamos a esperança de poder vir a ter contacto com um casamento indiano, mas acabámos por ter a oportunidade de ser convidados para estarmos presentes em dois, um católico e um hindu, e claro, não perdemos a oportunidade!

Uma das primeiras diferenças que encontrámos foi que aqui a maior parte dos casamentos são arranjados. Por exemplo, enquanto vivemos em Mangalore, a nossa senhoria várias vezes se mostrou preocupada com a responsabilidade que tinha de encontrar uma noiva adequada para o seu filho. 
Do que percebemos ao falar com ela, numa primeira fase os pais procuram e fazem uma lista ordenada com as raparigas mais adequadas, claro que dentro da mesma religião (e mesma casta) e de acordo com o horóscopo. Com a lista feita o filho irá depois conhecer a rapariga que os pais acham mais adequada e o casal irá encontrar-se para perceber se há um mínimo de compatibilidade de feitios e interesses. Se tudo correr bem, avançam para o casamento (isto não é generalizado, alguns conhecem-se no próprio dia). Claro que num país com tanta diversidade, os casamentos nunca são iguais, dependendo das tradições familiares, religião ou Estado.

1. Casamento católico

O casal - a Drª Sharol e o Dr. Roy
Depois da cerimónia na igreja, normalmente é alugado um salão onde decorre a recepção, dependendo da dimensão do casamento poderá ter que ser maior ou menor. Aparentemente este foi um casamento mais reservado, e por isso só tinha cerca de 400 pessoas...

Não há mesas, o almoço é volante e claro, bem picante!

 Após o almoço, a noiva muda do vestido branco para um Sari
A noiva é carregada em ombros pelos homens
Assim como o noivo...
E o noivo coloca um colar de flores, ou Jaimala, à volta do pescoço da sua, agora, esposa.
A filha do nosso tutor no hospital brindou-nos com este sorriso durante toda a festa




As fotografias da praxe, com a diferença que aqui duram cerca de 3h para que toda a gente apareça.
Uma hora depois… continuam as fotografias com os noivos
Ainda a cerimónia não estava bem terminada, já estavam a desmontar tudo e a começar a arrumar o sítio.
E nós também não quisemos deixar de ter uma foto com os noivos claro!
Apesar das muitas semelhanças, acaba por ser uma cerimónia diferente do casamento católico típico em Portugal. Por aqui diz-se que a cada 1000 km a língua e os costumes mudam completamente, e a Índia é um país bastante grande!

Passado duas semanas fomos a um casamento segundo a tradição Hindu, desta vez em Goa. 


2. Casamento Hindu

Desta vez chegámos mais cedo ao casamento, vestidos a rigor claro!

Um dos turbantes cerimoniais

Um brinde aos noivos!
A pouco e pouco a sala foi ficando cada vez melhor composta

As pinturas com Henna e as pulseiras douradas tão características
 Todos os adereços são escolhidos a rigor para a ocasião
Mesmo para as crianças!


Os noivos à chegada

Há uma série de rituais que são realizados pelos noivos e respectivos pais e que levam várias horas



Novamente o momento do colocar do colar de flores
Com os noivos
Com os pais do noivo


À noite, fomos ainda à "reception", o equivalente ao nosso copo-de-àgua

A entrada para o espaço do copo de àgua


As paans, muito apreciadas em todos os sítios da índia onde estivemos

O casal indiano que ficou na mesma mesa que nós falava português! Só em Goa!
Mais uma sessão fotográfica dos noivos com todos os convidados
O jantar estava muito bom e claro, bem picante, não fosse um casamento indiano!
Mais uma vez também nós fomos à fotografia!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Passeios no Sul

Madikeri, Udupi, Calicut, Kochi. Os fins-de-semana são altura de conhecer sítios novos. Então aproveitámos as 6 semanas que passámos em Mangalore para conhecer o Sul. Depois de Mysore & Ooti, Madikeri foi a próxima cidade a visitar.

Não se deixem enganar pelo Sr. Google... Com as estradas que aqui há demorámos 5h a chegar!
Fomos logo recebidos por um elefante a passear pela cidade e a participar num ritual hindu...





Omkareshwara Temple, dedicado à deusa hindu Shiva
Numa destas fotos a Sia deixou os sapatos saltar pela ribanceira abaixo...
... a sorte é que estava a passar um indiano sipático que se ofereceu pra lá ir buscar!
Encontrámos o Ranger do Texas Indiano...
Fomos também até uma cascata perto de Madikeri, parando pelo caminho para falar e fotografar as crianças que brincavam pelas ruas...






As Abbi Falls (cascatas). No tempo das monções o caudal é muito maior do que agora, que o tempo é mais seco.


E terminámos a visitar um Mosteiro tibetano em Kushalnagar, que dizem ser o segundo maior fora do Tibete. Realmente as dimensões daquilo são impressionantes, por fora e por dentro! No campus, para além dos turistas curiosos estão muitos monges tibetanos, a rezar ou apenas por lá a passear...


A parte de cima da fachada principal do templo.
O interior do mosteiro principal... Impressionante!
Conseguímos assistir a um dos rituais...


No FDS seguinte foi a vez de visitar Udupi, uma cidade no sudoeste do estado de Karnataka, a cerca de 55km de Mangalore, onde demorámos 2h a chegar. 


Aqui apanhámos um barco para as Saint Mary’s Islands. Também conhecidas como Ilhas dos Côcos, são um grupo de 4 pequenas ilhas no Mar Arábico e são famosas pelas formações geológicas características de lava basáltica em colunas. Uma das ilhas foi chamada de Padrão de Santa Maria, em homenagem a Vasco da Gama, que se diz que passou nestas ilhas e nela ficou uma cruz antes de chegar à Índia, por Calecute.





Pois é, para chegar a terra há que molhar os pézinhos, que é como quem diz, pés, calças, parte de cima tb...


Apanhei-te!
Com a Sia, sempre bem acompanhados! 




Como em qualquer cidade, claro que visitámos os templos no centro, desta vez dedicados ao Deus Krishna...








Por fim, fomos convidados para almoçar na casa de família do Dr. Jayakrishnan em Calecute e ficámos para visitar a cidade, durante o FDS.


Num comboio cheio de gente, fizémos isto em 6 horas...
Dr. Jayakrishnan e a família.
Calecute é também a cidade onde chegou Vasco da Gama à Índia. Soubémos que aqui há um marco em memória desse acontecimento, pelo que depois do almoço fomos em busca do mesmo. Depois de andar (bastante tempo!) à procura, e depois de perguntar a muita gente, lá encontrámos este memorável monumento...

 Ok, é só um calhau com umas letras... Admito que ficámos desiludidos!



Aproveitámos também para um passeio na praia e para comer um gelado...

A cidade, apesar de grande, não tem muito para visitar nem é muito bonita...



Mas mais uma vez, não é só isso que importa. As nossas viagens têm sido cheias de cores, cheiros, imagens, sabores, mas também pessoas. E aqui no Sul, podemos dizer que no geral as pessoas são boas. Adoram receber estrangeiros e são super curiosos, perguntam sempre o que nos leva a querer viajar tanto tempo na Índia. Agora já podemos responder que apenas poder aqui estar a falar com elas é em bom motivo. 

A comprar fruta...
... a vender fruta!
E foi também aqui que descobrimos o melhor sítio na Índia até agora para jantar comida não indiana. Apreciem:

Sopa de marisco dentro de uma taça de pão 

Creme de cogulemos e salada de frango para entrada
Bife (inédito aqui!!) com molho de cogumelos e legumes salteados e espetadas de frango  de caril...
E um cocktail de morango e manga a acompannhar!
Bem, este também foi o sítio onde pagámos a refeição mais cara... 5€ por pessoa... um abuso! Hehehe Mas valeu a pena, foi quase como ir a um bom restaurante em Portugal e descansar a boca e o estômago dos picantes por um dia!